Santo Inácio, em sua pedagogia espiritual, parte de um princípio antropológico fundamental e muito atual: somos seres relacionais. Ou seja, só nos movemos bem em qualquer área de nossa vida se podemos contar com o diálogo com o outro, que nos responde, que nos devolve a comunicação emitida e que entra em relação conosco.
Para caminhar na vida espiritual, portanto, é preciso uma ajuda de alguém. Alguém que nos escute, que nos devolva a experiência comunicada como um espelho, a fim de que possamos ver e sentir mais claro o que Deus deseja e espera de nós.
Durante minha vida, foi fundamental ser orientada espiritualmente. Não teria nunca tomado certas decisões, nem dado certos passos que foram fundamentais para a espiritualidade e a missão se não fosse a ajuda, o apoio e o conselho de meu orientador espiritual.
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Da mesma maneira, quando senti que pessoas me procuravam solicitando de mim esse serviço e essa ajuda, senti-me muito agradecida a Deus. E há muitos anos já que venho acompanhando pessoas, homens e mulheres, em quem tenho visto as maravilhas que o Senhor é capaz de operar.
Em momentos em que estou muito triste, deprimida, descrente e desolada, ouvir o que me relatam esses e essas que me procuram como testemunha de seu caminhar no seguimento de Jesus Cristo tem sido uma poderosa alavanca para continuar com ânimo renovado e esperança robustecida.
Creio também que a orientação espiritual e o tempo que emprego nela é que dão à teologia que penso produzir sentimento e existencialidade. Trata-se da vida da graça em movimento o que chega aos nossos ouvidos numa conversação espiritual. É a própria teologia em estado original que depois vai ser trabalhada e articulada em um discurso coerente com o auxílio do instrumental da ciência. |